ALEX:
Quando eu entrei no 2o ano eu imaginei que seria apenas mais um ano e nao teria nada de especial. Ele não é nem a entrada nem a saída do ensino médio e a maior diferença era o Móbile na Metrópole.
Entrei num grupo onde nós pouco conhecíamos uns aos outros. Depois fomos nos aproximando e criando laços de amizade. Nesse começo de trabalho precisamos escolher o tema. Escolhemos o teatro, um tema que eu conhecia muito pouco e tinha ínfimo conhecimento na área. Pela frente estava chegando o estudo do meio.
Antes da viagem a minha família me perguntava se eu estava ansioso e eu sempre respondia com o maior desânimo que não. Ficava me questionando “Como que um estudo do meio para São Paulo, a cidade que eu moro, será tão divertido?”. Isso mudou bruscamente no primeiro dia de viagem. Encontrei um grupo extremamente acolhedor e companheiro que nunca imaginei. Ficava deslumbrado com cada lugar que nós íamos desde o Copan até o Preto Cafe.
Quando essa maravilhosa viagem acabou, virei outra pessoa. Já não era mais o mesmo, estava inspirado. A minha família estranhou, eu que estava desanimado a 3 dias atrás agora estava completamente inspirado e feliz.
Levei toda essa inspiração para o resto do projeto no momento em escrever posts do blog ou nos tempos de gravar entrevistas dando o meu máximo sempre quando possível.
Agora olhando para trás posso dizer que antes do MNM eu era um e agora sou outro. Aprendi e amadureci muito com esse projeto. Me tornei mais responsável e dedicado. Aprendi a escrever melhor e a trabalhar melhor em grupo também. Além disso ganhei um enorme interesse por teatro e uma experiência para levar para a vida toda. Por isso gostaria de agradecer a todos que me ajudaram nesse processo que me mudara a vida toda.
BRUNI:
E chegamos ao fim.
No começo de 2017 cheguei no 2º ano com muito medo e com muitas incertezas do que seria o tão aguardado Móbile Na Metrópole. Todos os alunos do ano passado falavam sobre o projeto e eu não entendia como uma “viagem” para São Paulo era tão emocionante. E não é que foi?
Não só a viagem em si, mas o projeto inteiro: videos,textos,filmagens,entrevistas,etc. Cada parte desse projeto foi importante para mim e, mesmo em momentos de dificuldades, cresci como indivíduo.
Ao longo do ano desenvolvemos vários textos a respeito do teatro na cidade de São Paulo. Em cada linha, em cada verso, percebi que minha visão sobre o tema foi se aprimorando. Cheguei no projeto como um “moleque” que não sabia nada de teatro, que tinha ido em no máximo 2 peças na vida, e sai como um outra pessoa, tendo em vista a experiência que ganhei sobre o assunto.
O teatro tem um poder. Um poder de gerar várias coisas e uma delas é modificar a maneira que as pessoas veem o mundo, o que aconteceu comigo.
E daí nos vem a pergunta. Será que acabou mesmo? Ou é somente o fim do primeiro ato?
Quero agradecer muito aos leitores do blog e, principalmente, os professores que nos ajudaram a aprimorá-lo.
Até a próxima 😁🎬
KAMI:
Estava aqui trabalhando no blog, quando percebi passar na TV( GloboNews), que estava ligada na sala, uma matéria sobre o teatro. Pensei: “Não é possível, é muita coincidência!” Mas dai eu parei e cheguei na conclusão de que na realidade, aquilo não poderia fazer mais sentido! Era perfeito que no mesmo dia que eu faria o último post obrigatório, o teatro estivesse em minha volta.
Durante esse ano, me envolvi tanto com esse projeto e com o meu tema que acabei criando uma personagem que eu não imaginava nem ao menos existir dentro de mim. Entrei no palco do Móbile na Metrópole, sem ensaio, sem falas, sem experiência, sem conhecer todo mundo e mesmo assim pronta para fazer parte dessa grande peça. Não vou mentir, não foi nada fácil. Tropecei, uma, duas, três e muitas outras vezes e até cheguei a cair em algumas delas, mas foram tropeços e quedas que me levaram a grandes aprendizados, tão grandes que quando fui dar a minha última fala nessa peça, queria voltar a alguns desses momentos só para poder ter novos ganhos. A última fala da peça é esse post que devo fazer de encerramento do blog, e a vontade de voltar a esses erros é justamente a vontade que tenho de viver novamente um projeto tão MNM (não consigo dar uma melhor descrição que essa), que nem esse.
Bom, eu entrei no médio da móbile e participei do Móbile na Roça (como era chamado o estudo do meio do 1°ano ), nome usado como concorrência ao Móbile na Metrópole. Eu era uma daquelas pessoas que se perguntava: “O que diabos é esse MNM que todos falam?!” e confesso que internamente pensava: “Deve ser outro estudo do meio para dar mais trabalho do que a gente já tem!” e foi assim o meu primeiro contato (se é que se pode chamar assim) com esse projeto. Eu não estava completamente equivocada, realmente teve muito trabalho, mas de jeito nenhum foi algo que adicionou negativamente! Se colocarmos numa balança os aspectos positivos sobressaem os negativos em uma razão exponencial!
É difícil falar tchau pra algo tão significativo quanto esse trabalho de um ano, que pode ser por parte acompanhado a partir do próprio blog, e é muito difícil perceber que não vou mais voltar de um integral, olhar a data e gritar no grupo: “GENTE TEM POST HJ!”
Olhando agora desde o momento em que pisei no palco até o momento que faço reverência a plateia, não posso deixar de pensar outra coisa senão: “Que coisa mais bonita”
As cortinas estão se fechando. Já estão fechadas. Agradeço a presença de todos vocês e espero que tenham aproveitado a peça!
-Kamila, que amou esse conjunto de experiências! 😍
Sobre isso, está aqui algumas reflexões, envolvendo o teatro, de pessoas que pararam um pouco para refletir:
“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche!”
-Ailin Aleixo
“Em uma terra onde tudo está por fazer, não seria o teatro, cópia continuada da sociedade, que estaria mais adiantado.”
-Machado de Assis
” O propósito do teatro é fazer o gesto recuperar o seu sentido, a palavra, o seu tom insubstituível, permitir que o silêncio, como na boa música seja também ouvido, e que o cenário não se limite ao decorativo e nem mesmo à moldura apenas – mas que todos esses elementos, aproximados de sua pureza teatral específica, formem a estrutura indivisível de um drama.”
-Clarice Lispector